Quando pensamos em educação democrática, logo pensamos na Escola da Ponte e em José Pacheco.
Que educador não se deliciou com as palavras de Rubem Alves em "A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir" e não teve vontade de conhecê-la com os próprios olhos?
E o que isso tem a ver com o Projeto Âncora?
Bom, em 2017 a minha mãe teve o privilégio de participar de uma mesa no SESC Santo André sobre cidades educadoras ao lado de José Pacheco. Ao conversar com ele, expôs a nossa vontade em conhecer a Escola da Ponte (nossa, pois sempre falamos em fazermos isso juntas) e poder vivenciar tudo o que havíamos lido a respeito.
Foi aí que José Pacheco se mostrou categórico ao afirmar que visitar o Projeto Âncora, ali pertinho da gente, seria de uma valia muito maior do que a ida a Portugal. Corremos para agendar uma visita!
Uma breve reflexão
Sabe, nós brasileiros temos uma coisa engraçada. É claro que já havíamos ouvido falar e lido sobre o Projeto Âncora, mas nunca imaginamos haver ali uma proposta de tanta excelência quanto a da Escola da Ponte. Parece que inconscientemente achamos que por algo ser no Brasil, nunca será tão bom quanto o lá de fora, não é mesmo? Essa experiência serviu também para nos abrir os olhos quanto à isso: se você busca inspiração e acredita na educação, tem muita coisa boa acontecendo em todos os cantos desse planeta e não só no quintal do vizinho!
Voltando ao Âncora: O Projeto
É uma Associação Civil beneficente, filantrópica, educativa e cultural que entende que a educação é a maneira mais potente de promover o desenvolvimento social e por meio dela formam as comunidades de aprendizagem.
História
Fundada em 23 de Setembro de 1995 por Walter Steurer, surgiu com o desafio de melhorar a realidade de crianças e adolescentes de baixa renda de Cotia, por meio de experiências educacionais, culturais, artísticas e esportivas que complementassem o ensino escolar, o chamado contra turno.
A tenda e a arte circense foram o marco zero do Projeto.
A escola
Em 2006, Walter pediu ajuda a ninguém menos que José Pacheco para construir uma escola, pois não fazia sentido que essas crianças vivenciassem a filosofia do projeto apenas no contraturno e tivessem que frequentar escolas "tradicionais" que não as eram benéficas no outro período.
Em 2012, o Projeto Âncora inaugurou a escola de ensino fundamental com a filosofia educacional baseada na Escola da Ponte de Portugal com um modelo de gestão democrática focada no protagonismo do aluno, promovendo então uma educação integral de fato!
Em 2017 passaram a oferecer também o Ensino Médio, um grande marco para o Projeto, já que nem a Escola da Ponte conseguiu chegar até o 12o ano (o nosso chamado ensino médio em Portugal).
E como isso tudo funciona?
Os alunos chegam às 7hs, mas ao invés de se encaminharem para as salas de aula, brincam livres pelos espaços do Projeto até às 8hs.
A partir daí os alunos iniciam o seu planejamento diário, baseado em seu roteiro de estudos mensal e individual, com as disciplinas, tópicos e projetos que deverão cumprir.
Para o planejamento diário, os alunos escolhem o local que mais os agrada, podendo ser em uma das diversas salas espalhadas pelo campus e disponíveis para todos, ou simplesmente ao pé de uma árvore.
Finalizado o planejamento cada um se encaminha ao seu tutor para validação do plano diário. Se todos estiverem de acordo (tutor e aluno), eles iniciam com a execução do planejamento.
Ao final do dia, uma auto-avaliação sobre o que fizeram, o que não conseguiram concluir e o que ficou incompleto
O Roteiro
O roteiro de estudos contém tanto disciplinas como Português, Matemática, Inglês, Música, Circo e Artes quanto brincar, Yoga e projetos que visam cumprir com o conteúdo programático para cada ano.
Esses projetos são as oportunidades que os alunos têm de trabalhar em grupo, já que todo o restante acontece de forma individual.
Ciclos e não séries
Assim como não existem "salas de aula" no Projeto Âncora, também não existem séries.
O Ensino Infantil, Fundamental I, Fundamental II e Médio são divididos em 4 estágios:
1. Iniciação
2. Pré-desenvolvimento
3. Desenvolvimento
4. Aprofundamento
Mas isso não significa que cada estágio abrangerá uma única faixa etária. Pois é! Aqui, o tempo de cada indivíduo é levado à risca e idade não tem nada a ver com isso!
O ponto determinante para o aluno estar pronto para passar de um estágio ao outro é a AUTONOMIA.
Sem provas e avaliações formais, é assim que cada aluno vai se desenvolvendo por aqui: por meio da autonomia, da experimentação, da tentativa e erros, sempre com o apoio do seu tutor e de toda a comunidade do Projeto Âncora.
Que educador não se deliciou com as palavras de Rubem Alves em "A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir" e não teve vontade de conhecê-la com os próprios olhos?
E o que isso tem a ver com o Projeto Âncora?
Bom, em 2017 a minha mãe teve o privilégio de participar de uma mesa no SESC Santo André sobre cidades educadoras ao lado de José Pacheco. Ao conversar com ele, expôs a nossa vontade em conhecer a Escola da Ponte (nossa, pois sempre falamos em fazermos isso juntas) e poder vivenciar tudo o que havíamos lido a respeito.
Foi aí que José Pacheco se mostrou categórico ao afirmar que visitar o Projeto Âncora, ali pertinho da gente, seria de uma valia muito maior do que a ida a Portugal. Corremos para agendar uma visita!
Uma breve reflexão
Sabe, nós brasileiros temos uma coisa engraçada. É claro que já havíamos ouvido falar e lido sobre o Projeto Âncora, mas nunca imaginamos haver ali uma proposta de tanta excelência quanto a da Escola da Ponte. Parece que inconscientemente achamos que por algo ser no Brasil, nunca será tão bom quanto o lá de fora, não é mesmo? Essa experiência serviu também para nos abrir os olhos quanto à isso: se você busca inspiração e acredita na educação, tem muita coisa boa acontecendo em todos os cantos desse planeta e não só no quintal do vizinho!
Voltando ao Âncora: O Projeto
É uma Associação Civil beneficente, filantrópica, educativa e cultural que entende que a educação é a maneira mais potente de promover o desenvolvimento social e por meio dela formam as comunidades de aprendizagem.
História
Fundada em 23 de Setembro de 1995 por Walter Steurer, surgiu com o desafio de melhorar a realidade de crianças e adolescentes de baixa renda de Cotia, por meio de experiências educacionais, culturais, artísticas e esportivas que complementassem o ensino escolar, o chamado contra turno.
A tenda e a arte circense foram o marco zero do Projeto.
A escola
Em 2006, Walter pediu ajuda a ninguém menos que José Pacheco para construir uma escola, pois não fazia sentido que essas crianças vivenciassem a filosofia do projeto apenas no contraturno e tivessem que frequentar escolas "tradicionais" que não as eram benéficas no outro período.
Em 2012, o Projeto Âncora inaugurou a escola de ensino fundamental com a filosofia educacional baseada na Escola da Ponte de Portugal com um modelo de gestão democrática focada no protagonismo do aluno, promovendo então uma educação integral de fato!
Em 2017 passaram a oferecer também o Ensino Médio, um grande marco para o Projeto, já que nem a Escola da Ponte conseguiu chegar até o 12o ano (o nosso chamado ensino médio em Portugal).
E como isso tudo funciona?
Os alunos chegam às 7hs, mas ao invés de se encaminharem para as salas de aula, brincam livres pelos espaços do Projeto até às 8hs.
A partir daí os alunos iniciam o seu planejamento diário, baseado em seu roteiro de estudos mensal e individual, com as disciplinas, tópicos e projetos que deverão cumprir.
Para o planejamento diário, os alunos escolhem o local que mais os agrada, podendo ser em uma das diversas salas espalhadas pelo campus e disponíveis para todos, ou simplesmente ao pé de uma árvore.
Finalizado o planejamento cada um se encaminha ao seu tutor para validação do plano diário. Se todos estiverem de acordo (tutor e aluno), eles iniciam com a execução do planejamento.
Ao final do dia, uma auto-avaliação sobre o que fizeram, o que não conseguiram concluir e o que ficou incompleto
O Roteiro
O roteiro de estudos contém tanto disciplinas como Português, Matemática, Inglês, Música, Circo e Artes quanto brincar, Yoga e projetos que visam cumprir com o conteúdo programático para cada ano.
Esses projetos são as oportunidades que os alunos têm de trabalhar em grupo, já que todo o restante acontece de forma individual.
Ciclos e não séries
Assim como não existem "salas de aula" no Projeto Âncora, também não existem séries.
O Ensino Infantil, Fundamental I, Fundamental II e Médio são divididos em 4 estágios:
1. Iniciação
2. Pré-desenvolvimento
3. Desenvolvimento
4. Aprofundamento
Mas isso não significa que cada estágio abrangerá uma única faixa etária. Pois é! Aqui, o tempo de cada indivíduo é levado à risca e idade não tem nada a ver com isso!
O ponto determinante para o aluno estar pronto para passar de um estágio ao outro é a AUTONOMIA.
Sem provas e avaliações formais, é assim que cada aluno vai se desenvolvendo por aqui: por meio da autonomia, da experimentação, da tentativa e erros, sempre com o apoio do seu tutor e de toda a comunidade do Projeto Âncora.
Para visitas, preencha o formulário no site do Âncora com as datas disponíveis. Como eles funcionam por doações, pede-se um auxílio para cada visitante por meio de depósito bancário.
Falando de Brasil
Existem outras iniciativas como a do Projeto Âncora no Brasil que também estão abertas a visitas e vivências.
A escola Comunitária Cirandas em Paraty, se inspirou no modelo da Escola da Ponte e do Projeto Âncora e entrou recentemente para o ranking de escolas mais inovadoras do mundo! Eles promovem encontros, workshops e reflexões sobre educação ao longo do ano. Fique de olho na agenda pelo facebook e e-mail!
A escola Lumiar possui unidades públicas e privadas no Brasil e no mundo. Trabalham com projetos, em um currículo em mosaico, com uma gestão participativa. Também foram reconhecidos recentemente como uma das metodologias mais inovadoras do mundo. Possuem um programa para educadores e escolas que desejam criar uma nova forma de educar baseado na plataforma e metodologia deles, além da possibilidade de se inscrever para ser um Mestre Lumiar, ensinando os alunos sobre a sua especialidade.
Oportunidades de inspiração para uma educação transformadora não faltam!
Espero despertar o desejo em educadores e pais de conhecerem um pouco mais sobre essas práticas e aos pouquinhos irmos mudando a realidade das escolas no Brasil e no mundo! Nossas crianças merecem!
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